Feri todos
os dedos
tentando
me agarrar à margem.
Agora, sangram
exaustos!
Teimo em não
afundar
mas as
águas, também insistem
em crescer.
Ainda tento, a
todo momento.
Com olhos
naufragados,
uma alma
fracassada
e uma saudade
que não é minha.
Essas pedras são
meus caminhos
que de tão estreitos,
fizeram-me
sozinha,
numa jornada em
desalinho.
Sangram os
dedos,
permanecem os medos.
Enquanto um
vento frio
navalha
o pouco que havia
na alma.
Em
dias assim,
o amanhecer se
faz tarde
e a beleza
permanece oculta.
Continuo
só, estranha e indigesta!
E o mundo também
me parece
em
desuso, porém, preso
em alguma
margem...
E mesmo que
alguma força me notasse,
- espero não ser
reconhecida. -
lumansanaris
Imagem: Google
6 comentários:
Como pode uma alma assim como a sua se sentir tão naufragada? Fracassada?? Como pode poetisa?
Meus braços cheios de carinho lhe envolvem num abraço que poderia ser de um pai.
Parabéns sempre desse fã incondicional, Fernando.
Boa noite, Lu. Que bela inspiração. Adorei. Muita luz e paz. Beijo no coração.
Lindo e profundo!
Às vezes a dor nos sufoca, nos domina e nos toma como se fosse uma obsessão espiritual. Mas passa...
A força, profundidade e imensidão na forma como descreves tão devastadora solidão e tristeza, darão sempre a ti as ferramentas, poéticas ou não, que servirão de contraponto para superar qualquer entrave da alma ou do coração. Ah sim, estás naufragada? sem problemas para quem tem fôlego de gato, neste caso, gata.
Abraços, querida Lu
SERGIO NEVES - Teus versos são de uma força que me impressiona cada vez mais!
...e esse teu poema demonstra muito bem isso, retratas um amargor tão denso e profundo que me senti naufragando junto... / Meu carinho e minha admiração Lucy.
Boa tarde, Luma. Estive aqui outro dia, li a poesia, mas não pude comentar, exigia de mim uma atenção maior que no momento eu não podia dar.
Quantas vezes sangramos os nossos dedos procurando a superfície e somente conseguimos nos afundar perdidamente a esmo.
O medo permanece porque não conseguimos enfrentar as situações que aparecem, não as resolvemos e nos deixamos levar pelas turbulentas águas de problemas e solidão.
Mas o fracasso não é inerente à nós, somos seres que não sabemos a tamanha força existente que possuímos a ponto de deixarmos o que é dor e lutarmos contra as adversidades.
Seremos náufragos se permitirmos, poderemos sim viver na superfície, olharmos tudo ao alcance dos nossos olhos sem as águas turvas.
Uma linda inspiração que emocionou a minha alma.
Parabéns!
Seu talento me encanta!
Tenha uma semana de paz!
Beijos na alma!
Postar um comentário